Adoçante natural tem potencial

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Antes da sacarose açúcar proveniente da cana - o mel era utilizado como adoçante pelos povos antigos da Grécia e da China. Antes também do descobrimento do Brasil, os índios guarani que habitavam a região fronteiriça onde hoje está o Estado do Paraná e o Paraguai, usavam uma planta nativa da localidade, a estévia, para tornar doce sua bebida predileta. Era o chá de erva-mate, cujo consumo acabou virando tradição entre os habitantes do Sul do continente americano.

Pois este adoçante natural acabou se tornando, no final do século passado, mais um importante elemento dentro da cultura dos alimentos dietéticos e light no País, com ótimo potencial para se espalhar pelo mundo. Ele tem poder de adoçar 300 vezes mais do que a sacarose. Porém, tem um diferencial mais expressivo do que a própria característica de ser tão eficiente em adoçar como o açúcar da cana: não é calórico. Além disso, tem a capacidade de aumentar a tolerância à glicose e baixar os níveis de açúcar no sangue de quem o consome. Por conta dessas peculiaridades, é um ótimo produto para os diabéticos, obesos, gestantes, idosos e aqueles que procuram uma vida mais saudável.

A qualidade desse produto para consumo tem crescido à medida que avançam as pesquisas em torno da planta utilizada para sua produção. Nos últimos tempos, a população passou a se preocupar mais com os alimentos que consume. Por isso, tem-se tornado preponderante estudar alternativas alimentares, incluindo aquelas de tradição indígena, nas quais ainda não nos aprofundamos para averiguar toda a sua potencialidade dentro da sociedade moderna, apesar de já terem se passado mais de 500 anos desde que brancos e índios tiveram o primeiro contato.

No nível atual de tecnologia, a estévia tem-se tornado opção competitiva e saudável entre os edulcorantes. Há em desenvolvimento um intenso trabalho de pesquisa da planta para torná-la um produto de consumo em larga escala e de sabor cada vez mais parecido ao do açúcar refinado, sem modificar suas características originais.

O adoçante natural também anda a favor do vento que condena o adoçante artificial, muitos deles proibidos em países desenvolvidos depois de serem colocados em xeque com relação ao seu uso freqüente.

Portanto, não se pode ignorar a eficiência da estévia. No País em franco crescimento torna-se vital acreditar, de maneira responsável, nos seus potenciais nativos para a conquista de um grande mercado pelo mundo afora. Não importa que seja um produto ainda novo para os consumidores. Basta lembrar que o açúcar, o “ouro branco” de tempos atrás, não seria imaginado como a fonte de energia alternativa mais cobiçada deste início de século.

* Helena Meneguetti Hizo é diretora de Pesquisa e Desenvolvimento da Steviafarma Industrial.